sábado, 4 de agosto de 2007

Oportunidade intelectual - Inova 2007

Sempre nos fez alguma impressão a arrogância intelectual, designadamente a que representa estagnação, fossilização e, mais grave ainda, aquela que tem a ver com falta de chá quando somos formadores de jovens ou se quiserem, de educação; é tanto mais grave quanto se trata de professores e pretensos educadores: é deselegante convidar pessoas para dentro de nossa casa para serem insultadas, tanto mais que foram os empresários que dispenderam tempo e recursos!

A experiência do segundo dia passado na UALG-Universidade do Algarve para cruzamento informal de interesses de linhas de investigação sob o patrocínio do CRIA e auspício do INOVA 2007, foi desconcertante ao nível da relação humana e naquilo que contrariou os objectivos do encontro: aproximar as empresas e a Universidade, o conhecimento e o saber.

Foi o que tentámos fazer, desafortunadamente, para além dos preconceitos teóricos contrariados pela nossa experiência do dia-a-dia. Pessoalmente, nunca houvera passado pelo vexame de me perguntarem qual a minha formação ou no que é que sou bom para justificar a falta de argumentação, sem sequer ser pura curiosidade científica de um professor que testa os conhecimentos dos alunos: nada me foi perguntado sobre qual a inovação na lista de inventos que apresentámos, para que serviam, qual a utilidade para as pessoas, em que melhoram a vida das pessoas, em que efectivamente resultam de ganhos energéticos, etc.



As preocupações principais do académico ficaram-se pela sustentabilidade da nossa forma de credibilização, comercialização e apresentação ao mercado, quem era o banco que estava por detrás da noassa proposta, as forças do mercado são muito poderosas e nas mãos das multinacionais, a minha formação académica e o que faço no projecto: questões laterais e de lana caprina neste momento.



Entristece-nos perceber ainda que os académicos ainda estão de costas voltadas uns para os outros e que a multidisciplinaridade ainda se submeta aos caprichos individuais, contrariamente ao que pensa uma geração actual, que quer ser mais que copista de carteira de faculdade!

Podemos afirmar com toda a experiência que temos de vida (52 anos de vida e 30 anos a pagar o I&D do próprio bolso para chegarmos à actual etapa), que as empresas estão sedentas de saber, conhecimento científico, investigação aplicada às verdadeiras necessidades e realidades do mundo actual.

Em nosso entender e em jeito de sugestão, para além dos incentivos em gerar quadros directivos, Senhoras e Senhores Engenheiros e Doutores, que concorram a empreendedores com ideias inovadoras, saiam também da UALG e vão às empresas ver o que é necessário em inovação e qual a resposta às reais necessidades de inovação.

Mais uma vez, a realidade da miopia intelectual e falta de visão de futuro arrasta e deixa um rasto de desilusão, uma via láctea de frustrações sobre projectos que apesar de úteis à humanidade, são tratados com a displicencia de quem quer ver os seus projectos a fluir e são rejeitados os dos outros.

Caso alguma Universidade nacional queira "pegar" neste projecto e validar o conhecimento científico nele contido, pode contar com o nosso apoio, trabalho e suor, que os nossos objectivos estão bem delineados e o destino dos lucros estabelecido.

Os jovens engenheiros que quiserem trabalhar connosco, sabem que podem contar com muita aprendizagem, muito suor e muito saber acumulado (tudo o que sabemos foi ensinado pelos "crâneos" deste país na energia solar ao longo de mais de 20 anos!), agora aplicado em outras tecnologias de ponta.

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